Doenças nos Animais

Como ocorre a transmissão da estrongiloidíase

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Transmissão da Estrongiloidíase: Vias de Infecção e Fatores de Risco

Introdução

estrongiloidíase é uma infecção parasitária causada pelo nematódeo Strongyloides stercoralis, que afeta milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais. Diferente de outros helmintos, este parasita possui um ciclo de vida complexo, permitindo tanto a transmissão heterônica (envolvendo o solo) quanto autoinféccao (dentro do próprio hospedeiro). Essa particularidade torna a estrongiloidíase uma doença persistente e potencialmente grave, especialmente em indivíduos imunocomprometidos.

Neste texto, exploraremos em detalhes como ocorre a transmissão da estrongiloidíase, incluindo suas vias principais, fatores ambientais e comportamentais de risco, além de estratégias de prevenção.


1. Ciclo de Vida do Strongyloides stercoralis

Para entender a transmissão, é essencial conhecer as fases do parasita:

1.1. Ciclo Livre no Solo

1.2. Ciclo Parasitário

  1. Penetração ativa na pele: Larvas filaroides infectam humanos ao atravessar a pele (geralmente pés descalços).

  2. Migração: Viajam pela corrente sanguínea → pulmões → traqueia → são deglutidas → intestino delgado.

  3. Reprodução no intestino: Fêmeas adultas produzem ovos que eclodem em larvas rabditoides, eliminadas nas fezes.

1.3. Ciclo Autoinféccao (Único entre Helmintos)

  • Larvas rabditoides podem se transformar em filaroides dentro do hospedeiro, reiniciando o ciclo sem necessidade de solo.

  • Isso permite infecções crônicas por décadas.


2. Vias de Transmissão

2.1. Transmissão Cutânea (Principal Via)

  • Contato direto com solo contaminado:

    • Caminhar descalço em áreas com fezes humanas (ex.: lavouras, periferias urbanas sem saneamento).

    • Profissionais como agricultores e mineiros são grupos de risco.

2.2. Transmissão Autoinféccao

  • Larvas filaroides intestinais penetram na mucosa do ânus ou intestino, reinfectando o mesmo indivíduo.

  • Comum em casos de imunossupressão (ex.: HIV, uso de corticoides).

2.3. Transmissão por Alimentos (Rara)

  • Ingestão de larvas em vegetais contaminados com fezes.

2.4. Transmissão Vertical e por Transplante (Casos Excepcionais)

  • Relatos de transmissão congênita ou via doação de órgãos.


3. Fatores que Favorecem a Transmissão

3.1. Ambientais

  • Clima quente e úmido: Ideal para desenvolvimento das larvas no solo.

  • Saneamento básico precário: Falta de banheiros e tratamento de esgoto.

3.2. Comportamentais

  • Andar descalço em áreas endêmicas.

  • Higiene pessoal inadequada.

3.3. Biológicos

  • Imunossupressão: Pacientes com HTLV-1, leucemia ou em quimioterapia têm risco aumentado de estrongiloidíase disseminada (larvas migram para órgãos vitais).


4. Sintomas Relacionados à Transmissão

  • Fase cutânea: Coceira e erupção linear (“larva currens”) no local da penetração.

  • Fase pulmonar: Tosse e broncoespasmo (durante a migração).

  • Fase intestinal: Dor abdominal, diarreia intermitente.

  • Forma disseminada: Sepse, meningite, falência de múltiplos órgãos (mortalidade > 80%).


5. Diagnóstico

  • Exame de fezes (método de Baermann para detectar larvas).

  • Sorologia (ELISA para anticorpos).

  • PCR em casos complexos.


6. Prevenção

6.1. Medidas Individuais

  • Usar calçados em áreas endêmicas.

  • Lavar vegetais com água filtrada.

6.2. Coletivas

  • Saneamento básico universal.

  • Educação sanitária em comunidades rurais.

6.3. Em Hospitais

  • Rastrear Strongyloides em pacientes que receberão imunossupressores.


7. Conclusão

A transmissão da estrongiloidíase é singular entre os helmintos, combinando ciclos heterônicos e autoinfecciosos. Sua prevenção exige abordagens multissetoriais, desde políticas públicas de saneamento até conscientização individual. Em um mundo com migrações crescentes e mudanças climáticas (que expandem habitats do parasita), o controle desta negligenciada doença é um desafio global de saúde.

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