Árvore Taxonômica Completa - Reino Animal

Árvore Taxonômica Completa - Reino Animal

Como usar esta árvore taxonômica:
  • Clique nos itens com ▶️ para expandir e ver níveis abaixo.
  • Itens sem seta são níveis finais (sem filhos).
Dica: conheça aqui no Guia Animal os animais de uma forma diferente e aprofundada. Vamos começar?
Reino: Animalia
Doenças nos AnimaisMedicina Veterinária

Qual é a importância veterinária da Sarcoptes scabiei?

64 / 100 Pontuação de SEO

Importância Veterinária de Sarcoptes scabiei

Introdução

Sarcoptes scabiei é um ácaro parasita responsável pela sarna sarcóptica, uma das dermatopatias mais pruriginosas e contagiosas que afetam animais domésticos e selvagens. Este ectoparasita tem grande relevância na medicina veterinária devido ao seu alto potencial de transmissão, ao intenso desconforto que causa nos hospedeiros e às possíveis complicações secundárias, como infecções bacterianas e perda de produtividade em animais de criação. Este texto abordará a biologia do parasita, suas manifestações clínicas, métodos de diagnóstico, impactos econômicos e estratégias de controle, destacando sua importância na clínica de pequenos e grandes animais.


Biologia e Ciclo de Vida

1. Morfologia e Características do Parasita

2. Hospedeiros e Especificidade

  • Variantes diferentes do parasita afetam espécies distintas:

    • S. scabiei var. canis (cães e outros canídeos).

    • S. scabiei var. suis (suínos).

    • S. scabiei var. bovis (bovinos).

    • Humanos podem ser infestados temporariamente (zoonose), causando dermatite transitória.

3. Modo de Transmissão

  • Contato direto entre animais infectados e saudáveis (principal via).

  • Fômites (cobertas, escovas, ambientes contaminados).

  • Sobrevive no ambiente por até 72 horas, dependendo da umidade e temperatura.


Manifestações Clínicas

1. Sinais Dermatológicos

  • Prurido intenso (coceira), principalmente à noite, devido à movimentação do ácaro e reação alérgica.

  • Alopecia (perda de pelo) em regiões como orelhas, cotovelos, abdômen e face (em cães).

  • Eritema (vermelhidão), pápulas, crostas e lesões por automutilação.

  • Hiperqueratose (espessamento da pele) em casos crônicos.

2. Espécies Afetadas e Particularidades

  • Cães: Lesões começam nas bordas das orelhas, espalhando-se para o corpo.

  • Suínos: A sarna é uma das principais causas de perda econômica, com crostas grossas nas orelhas e dorso.

  • Bovinos e caprinos: Menos comum, mas pode causar queda na produção de leite e peso.

3. Complicações Secundárias

  • Infecções bacterianas (StaphylococcusStreptococcus) devido à ruptura da barreira cutânea.

  • Dermatite alérgica por hipersensibilidade aos ácaros.

  • Caquexia (emagrecimento extremo) em casos graves, devido ao estresse crônico.


Diagnóstico

1. Exame Clínico e Anamnese

  • História de contato com animais infectados.

  • Prurido intenso e distribuição típica das lesões.

2. Testes Laboratoriais

  • Raspado cutâneo profundo (visualização do ácaro, ovos ou fezes ao microscópio).

  • Teste serológico (ELISA para detecção de anticorpos, útil em infestações crônicas).

  • Biopsia de pele (em casos atípicos).

3. Diagnóstico Diferencial

  • Sarna demodécica (causada por Demodex, menos pruriginosa).

  • Dermatite alérgica (atopia, alergia alimentar).

  • Piodermite bacteriana.


Impacto Econômico

1. Na Pecuária

  • Suinocultura:

    • Redução no ganho de peso (até 10% menos crescimento).

    • Maior conversão alimentar (gasto excessivo com ração).

    • Condenação de couros no abate.

  • Bovinocultura:

    • Queda na produção leiteira.

    • Custo com tratamentos e controle.

2. Na Clínica de Pequenos Animais

  • Gastos com consultas, exames e medicamentos.

  • Internações em casos graves.

  • Risco de surtos em canis e abrigos.


Controle e Tratamento

1. Acaricidas e Medicamentos

  • Amitraz (banhos ou soluções tópicas).

  • Ivermectina (oral ou injetável, exceto em raças sensíveis como Collie).

  • Selamectina e Moxidectina (pipetas spot-on).

  • Sulfato de enxofre a 2% (banhos em suínos e cães).

2. Medidas de Manejo

  • Isolamento de animais infectados.

  • Desinfecção ambiental (lavagem com água quente, inseticidas).

  • Tratamento de todos os animais em contato (mesmo os assintomáticos).

3. Prevenção

  • Evitar aglomerações em canis e fazendas.

  • Quarentena para novos animais.

  • Uso de preventivos tópicos mensais (ex.: fluralaner, sarolaner).


Zoonose e Saúde Pública

  • Humanos podem desenvolver escabiose pseudosarcóptica (lesões transitórias, sem túneis).

  • Profissionais veterinários e tratadores estão em risco ocupacional.

  • Medidas de higiene são essenciais para evitar a disseminação.


Conclusão

Sarcoptes scabiei é um parasita de extrema importância veterinária devido ao seu alto grau de contagiosidade, impacto econômico na pecuária e desconforto causado em animais de companhia. Seu diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações e surtos. Além disso, a conscientização sobre medidas preventivas e controle ambiental é essencial para reduzir sua disseminação. Veterinários, produtores e tutores devem estar atentos aos sinais clínicos e adotar práticas sanitárias rigorosas para minimizar os prejuízos associados a essa ectoparasitose.


Referências (exemplos):

  • Bornstein, S. et al. (2001). Sarcoptes scabiei infections in the domestic dog. Veterinary Parasitology.

  • Arlian, L. G. (1989). Biology, host relations, and epidemiology of Sarcoptes scabiei. Annual Review of Entomology.

  • USDA. (2018). Economic impact of swine mange. Agricultural Research Service.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *